Poucas notícias são tão devastadoras quanto receber um diagnóstico que exige uma cirurgia de emergência. A preocupação com a saúde e o bem-estar de um ente querido toma conta de tudo. Nesse momento de extrema vulnerabilidade, a única coisa que se espera é que o plano de saúde, pago mensalmente como uma garantia de segurança, cumpra seu papel e ofereça a cobertura necessária.

Agora, imagine o desespero de, além de lidar com a doença, ter que enfrentar uma batalha contra o próprio plano de saúde, que simplesmente nega a autorização para o procedimento que pode salvar uma vida.

Essa situação, que parece roteiro de filme, é uma realidade angustiante para muitas famílias no Brasil. Recentemente, nosso escritório vivenciou essa corrida contra o tempo ao lado de uma cliente que precisava de uma cirurgia de emergência e teve seu direito à vida colocado em risco pela burocracia de sua operadora de saúde.

O Caso Real: A Luta Contra o Relógio

Uma cliente foi diagnosticada com uma condição grave que exigia intervenção cirúrgica imediata. O médico responsável, especialista na área, emitiu um laudo detalhado atestando o caráter de emergência do procedimento, explicando que qualquer demora poderia ter consequências fatais.

Com o laudo em mãos, a família solicitou a autorização junto ao plano de saúde. A resposta foi um golpe: negada. As justificativas eram vagas, citando cláusulas contratuais e a necessidade de “análises mais aprofundadas”, um tempo que a paciente simplesmente não tinha.

Desesperada, a família nos procurou. A missão era clara: precisávamos de uma solução jurídica que fosse mais rápida que a burocracia do plano de saúde.

A Estratégia Jurídica: A Liminar como Instrumento de Defesa da Vida

Em casos de saúde, especialmente em situações de urgência e emergência, não há tempo para um processo judicial tradicional, que pode levar meses ou anos. A ferramenta jurídica para esses momentos é a Ação Judicial com Pedido de Tutela de Urgência, popularmente conhecida como liminar.

Nossa atuação foi imediata:

  1. Reunião Rápida de Provas: Juntamos o laudo médico detalhado, a negativa do plano de saúde (ou o protocolo da solicitação negada) e todos os documentos que comprovavam a urgência da situação.
  2. Elaboração da Ação em Horas: Preparamos e protocolamos a ação judicial em tempo recorde, destacando para o juiz o risco iminente de morte. O argumento central era claro: o direito à vida e à saúde, garantido pela Constituição Federal, se sobrepõe a qualquer cláusula contratual ou burocracia administrativa.
  3. Análise Prioritária pelo Judiciário: O Poder Judiciário, ciente da gravidade, analisou nosso pedido com a urgência que o caso exigia.

O Resultado: Justiça e o Direito à Vida Preservado

Em poucas horas, o juiz concedeu a liminar, determinando que o plano de saúde autorizasse e custeasse imediatamente a cirurgia, sob pena de uma alta multa diária em caso de descumprimento.

A decisão judicial foi cumprida, a cirurgia foi realizada a tempo e, o mais importante, a vida da paciente foi salva.

Após a recuperação dela, o processo continuou. O objetivo passou a ser a confirmação da decisão liminar e a condenação do plano de saúde ao pagamento de uma indenização por danos morais. Afinal, a recusa injustificada submeteu a paciente e sua família a um estresse psicológico extremo e a um risco que jamais deveriam ter corrido.

Por Que os Planos Negam e o Que Fazer?

As negativas de cobertura, mesmo em casos de emergência, geralmente se baseiam em argumentos como:

  • O procedimento não está no rol da ANS.
  • O hospital ou o médico não são credenciados.
  • O período de carência ainda não foi cumprido.

É crucial saber que, em situações de urgência e emergência, muitas dessas justificativas são consideradas abusivas pela Justiça. O período de carência para esses casos é de apenas 24 horas após a contratação do plano, e a jurisprudência majoritária entende que o rol da ANS é exemplificativo, não taxativo, ou seja, se o tratamento é essencial para a saúde do paciente, ele deve ser coberto.

Dica de ouro: Se você ou um familiar receber uma negativa para um procedimento de urgência:

  1. Exija a negativa por escrito. Se o plano se recusar, anote o nome do atendente, a data, a hora e o número de protocolo da ligação.
  2. Não perca tempo discutindo. O tempo é seu bem mais valioso.
  3. Procure imediatamente um advogado especialista em Direito à Saúde. Ele saberá como agir rapidamente para buscar uma liminar e garantir o tratamento.

Nenhum contrato ou regulamento pode estar acima do direito fundamental à vida. Conhecer seus direitos e agir rápido pode ser a diferença entre a vida e a morte.

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